Logicamente, antes de mais, devemos usar

criteriosamente

Logicamente, antes de mais, devemos usar

criteriosamente os AINE, sobretudo em doentes de risco. Existe a alternativa dos coxibes aos AINE «tradicionais», algo restrita, se considerarmos o risco cardiovascular relativo numa população idosa, muitas vezes já sob terapêutica com aspirina (que reduz o efeito profilático gastrintestinal dos coxibes) e sem o alívio da dispepsia que se pode conseguir com os inibidores da bomba de protões (IBP)5. Isto não obstante o recente interesse que a utilização dos coxibes tem adquirido numa eventual estratégia de proteção gastrintestinal mais abrangente6. Por outro lado, devemos testar e tratar o Helicobacter pylori (H. pylori), em particular nos doentes Nintedanib solubility dmso que vão começar AINE cronicamente 7. Mas a coprescrição de IBP tem sido a medida profilática melhor documentada e é a que possui melhores eficácia e segurança, sendo por isso a preferida 8. Os efeitos adversos do misoprostol têm-no tornado de utilização proibitiva (apesar da evidência de eficácia) e os antagonistas dos recetores H2 da histamina (ARH2) não têm evidência

suficiente que suporte a sua recomendação 4 and 8. Neste número LY294002 do GE, Areia et al.9 apresentam-nos os resultados de um inquérito realizado a 300 médicos de medicina geral e familiar (MGF), sobre o que eles nos dizem serem os seus hábitos de gastroproteção. Apenas 40% dos doentes tratados com AINE, estimam os clínicos, estariam sob gastroproteção (apropriadamente ou não). E, ao identificar os fatores de risco que os levam a gastroproteger os seus doentes, 82% dos doentes com úlcera péptica complicada estariam sob profilaxia contra apenas 51% dos doentes com mais de 65 anos. Se se incluísse apenas um fator de risco, e no cômputo geral, 47,3% dos doentes estariam sob gastroproteção. Apesar de conscientes da toxicidade gastrintestinal dos AINE, concluem os autores, Non-specific serine/threonine protein kinase a estimativa da magnitude do risco que fazem os médicos de MGF parece inadequada, «uma vez que não planeiam prescrever proteção gastrintestinal em mais da metade dos casos necessários».

O estudo é bem-vindo e os seus resultados encontram-se em linha com a maioria da literatura nacional e internacional publicada sobre o assunto: apenas 10-40% dos doentes em risco estão a fazer profilaxia, como os autores sublinham na discussão. Mesmo em países do norte da Europa as taxas de gastroproteção têm crescido, mas ainda não ultrapassavam os 40-50% num estudo de Valkhoff et al.10. Só recentemente, em Espanha, é que surgiram os primeiros resultados animadores a este respeito, com taxas de gastroproteção de 76-90%11 and 12. Por outro lado, o estudo levanta outras questões preocupantes, de que destaco 3, reveladoras do desconhecimento dos médicos de MGF sobre este tema. A primeira refere-se ao facto de se considerar a hemorragia digestiva alta um evento muito raro ou pouco importante.

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